quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A maioria das vítimas foi morta pelos companheiros, maridos ou namorados, segundo dados do Observatório de Mulheres Assassinadas (UMAR).
Vinte e seis mulheres foram assassinadas desde o início do ano e 43 foram vítimas de tentativa de homicídio. A maioria foi morta pelos companheiros, maridos ou namorados, revelam dados do Observatório de Mulheres Assassinadas (UMAR).

Na véspera do Dia Internacional para a Eliminação da Violência sobre a Mulher, que se assinala na quarta-feira, a UMAR refere que houve ainda uma vítima mortal associada a este crime e 23 das 43 vítimas de tentativa de homicídio ficaram feridas.

Em 2008 tinham sido assassinadas 43 mulheres, o número mais alto desde 2004.

Á mão de companheiros, maridos e namorados. Segundo os dados avançados hoje á Lusa, o número de mulheres assassinadas por aqueles que ainda eram companheiros, maridos ou namorados constituem 64% dos casos, sendo que 36% foram vítimas dos parceiros de quem estavam já divorciadas ou separadas.

A maioria (52%) das tentativas de homicídio foi igualmente praticada pelos maridos, companheiros, namorados, com quem a mulher ainda mantém relação de intimidade, enquanto 23% dos casos foram cometidos por ex-maridos, ex-companheiros e ex-namorados.

Dos dados recolhidos até ao momento, não foram registadas mortes provocadas por outros membros do grupo familiar (filhos, pais e outros), ao contrário do que aconteceu em anos anteriores. No entanto, nas tentativas de homicídio 20% dos casos (nove) foram praticados por pais e filhos e 5% por outros familiares.

A UMAR ressalva que, a exemplo do que aconteceu em anos anteriores, algumas destas situações podem vir a revelar se fatais, na medida em que algumas vítimas não resistem aos ferimentos e acabam por morrer.

Agressores cinquentões relativamente á idade do agressor, mais de metade (52%) dos homicidas têm entre 36 e 50 anos, com grande incidência nos homens com mais de 50 anos, que representam 16% dos casos. No grupo mais jovens, entre os 18 e os 23 anos, foram registados dois casos (8%), o que difere da idade das vítimas, que são, percentualmente, mais jovens.

No que se refere á idade da vítima, o maior grupo situa se na faixa etária entre os 36 e os 50 anos (52%). No entanto, e distintamente face aos agressores, o grupo seguinte é mais jovem, sendo que sete mulheres entre os 18 e os 23 anos foram assassinadas este ano, representando 24% do total das vítimas mortais”, salienta a UMAR.

Destas, duas foram vítimas de namorados e outras duas de ex-namorados, “evidenciando a necessidade de uma maior atenção, mesmo do tipo de relação onde existe, em princípio, um menor compromisso entre as pessoas envolvidas na relação de intimidade”.

Face aos dados de que dispomos dos anos anteriores, este número é, tanto d ponto de vista absoluto como relativo, um aumento importante para o qual devemos prestar mais atenção”, sublinha.

Contrariamente a algumas vozes que, levianamente, afirmam que o que está em causa é as jovens ou as mulheres saberem dizer não e recusarem esse tipo de relações, os dados do Observatório mostram que jovens são brutalmente assassinadas, mesmo quando se distanciaram, recusaram, pediram o divórcio, separação, face aos seus parceiros nas relações de intimidade.

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